Após reunião, Coreias podem ter encontro a nível ministerial na quarta

Coreias se reuniram neste domingo (9) na cidade de Panmunjom. 

Reunião foi a primeira após meses de tensão militar entre os dois países.

As duas Coreias se reuniram neste domingo (9) na cidade de fronteira de Panmunjom para preparar futuras negociações de alto nível, nos primeiros contatos bilaterais em vários anos e após meses de tensões militares alimentadas pelas ambições nucleares da Coreia do Norte.
Chefe da delegação norte-coreana, Kim Song-hye (à direita) conversa com o seu homólogo sul-coreano Chun Hae-Sung (à esquerda) durante as negociações em nível de trabalho sobre as Coreias (Foto: Ministério da Unificação sul-coreano/ HO/ AFP)Chefe da delegação norte-coreana, Kim Song-hye (à direita) conversa com o seu homólogo sul-coreano Chun Hae-Sung (à esquerda) durante as negociações em nível de trabalho sobre as Coreias (Foto: Ministério da Unificação sul-coreano/ HO/ AFP)
As conversações, organizadas no local preciso em que foi assinado o armistício que acabou com a Guerra da Coreia (1950-1953), duraram duas horas. Os chefes das delegações voltaram a se reunir à tarde para novas consultas.
"A atmosfera geral foi tranquila e a discussão aconteceu sem obstáculos", declarou o porta-voz do ministério sul-coreano da Unificação, Kim Hyung-Seok.
Os delegados debateram o local e o calendário para um primeiro encontro a nível ministerial, o primeiro desde 2007, que pode acontecer na próxima quarta-feira em Seul.
A agenda deve priorizar a restauração das relações comerciais bilaterais suspensas, incluindo a reabertura do complexo industrial intercoreano de Kaesong, 10 km ao norte da fronteira, que foi fechado por Pyongyang em abril, quando a tensão na península atingiu o ponto máximo.
Os contatos em Panmunjon aconteceram poucas horas depois do fim da reunião entre o presidente americano Barack Obama e seu colega chinês Xi Jinping na Califórnia.
Os dois governantes constataram uma convergência sobre a situação norte-coreana e afirmaram estar "plenamente de acordo com o objetivo" de acabar com o programa nuclear da península, destacou o conselheiro de Segurança Nacional americano, Tom Donillon.
A China é o único aliado de peso da Coreia do Norte, mas expressou irritação com a agressividade dos últimos meses do jovem ditador norte-coreano, Kim Jong-un.
Pequim, que ajuda economicamente Pyongyang, votou a favor das últimas sanções contra o regime norte-coreano na ONU.
A mudança radical e inesperada da Coreia do Norte, que na quinta-feira propôs o início de um diálogo com o Sul, foi recebida de maneira favorável, mas alguns analistas pedem prudência.
"A oferta norte-coreana é característica da diplomacia de Pyongyang, que convida a Coreia do Sul a resolver e a pagar pelos problemas que o Norte provocou", destacou Stephan Haggard, do Peterson Institute for International Economics.
Para Yang Moo-Jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos de Seul, os contatos de domingo, "apenas preparatórios", não antecipam o tom dos debates futuros.
"Na quarta-feira poderemos ter uma ideia melhor das intenções norte-coreanas", disse à AFP.
Os analistas também destacam que a proposta do Norte foi feita de maneira oportuna, na véspera do encontro entre Obama e Xi. Pyongyang já havia rejeitado vários pedidos de negociação do Sul.
Depois da proposta do Norte, a Coreia do Sul respondeu rapidamente e ofereceu uma reunião interministerial em Seul, mas na sexta-feira Pyongyang apresentou uma contraproposta, com a sugestão de um encontro prévio em seu território, antes da reunião no país vizinho.
Os dois países terminaram por concordar com a reunião preliminar em Panmunjom.
Chefe da delegação norte-coreana, Kim Song-hye, aperta a mão com os delegados sul-coreanos antes das negociações a nível de trabalho entre as Coreias neste domingo (9) (Foto: Ministério da Unificação sul-coreano/ HO/ AFP)Chefe da delegação norte-coreana, Kim Song-hye, aperta a mão com os delegados sul-coreanos antes das negociações a nível de trabalho entre as Coreias neste domingo (9) (Foto: Ministério da Unificação sul-coreano/ HO/ AFP
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