Menor que teria disparado sinalizador na Bolívia deve se apresentar a juiz


O adolescente de 17 anos que diz ter disparado o sinalizador, no jogo do Corinthians, na Bolívia, na semana passada, deve se apresentar nesta segunda-feira (25) à Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos, na Grande São Paulo. O disparo atingiu no olho o torcedor boliviano do clube San José, que morreu.
Em entrevista ao Fantástico deste domingo (24), o corintiano afirmou que utilizou o sinalizador para comemorar o primeiro gol do clube paulista, aos 6 minutos de jogo, na partida da Libertadores. Após o incidente, 12 torcedores do Corinthians foram detidos em Oruro sob acusação de autoria e cumplicidade na morte do menino.
O jovem diz que comprou o sinalizador naval na Rua 25 de Março, no Centro de São Paulo. “Quis fazer uma festa para o Corinthians. Eu amo o Corinthians”, disse.
Ele diz que foi orientado por integrantes da Gaviões da Fiel a não procurar a polícia na Bolívia. "O pessoal me recomendou: 'Não, é melhor não se entregar porque nós estamos na Bolívia, você veio com a gente, você é nossa responsabilidade'".
Ele também negou que tenha assumido ter cometido o crime para proteger os colegas de torcida. “Eu só quero assumir meu erro. Porque não é certo as pessoas pagarem por uma coisa que não fizeram. Se eu tivesse no lugar delas, também não queria pagar com uma coisa que eu não fiz, ficar preso injustamente”, declarou.
Segundo a especialista em direito internacional Maristela Basso, os dois países têm acordo de extradição, mas isso não se aplica a menores porque Brasil e Bolívia seguem a convenção da ONU sobre os direitos da criança e do adolescente. O juiz pode determinar que ele preste serviços comunitários ou seja detido por até três anos. 
O incidente fez a Conmebol sancionar o Corinthians, atual campeão da Libertadores da América, a disputar suas próximas partidas locais sem torcida e proibir a venda de ingressos pelo clube a seus torcedores em suas partidas internacionais.
O Corinthians expressou, em um comunicado publicado na sexta-feira (22), que considerou a medida da Conmebol "injusta" e que "esgotará todos os recursos legais para reverter a decisão imposta", após declarar um dia antes luto de sete dias pela morte do torcedor boliviano.
Após a morte do torcedor, o governo da Bolívia promove a aprovação de um decreto para proibir o uso de qualquer tipo de artefato explosivo em eventos esportivos, algo que até hoje é muito comum no país.
O inquérito policial leva em conta os testemunhos colhidos pela polícia boliviana, a análise dos vídeos gravados durante o jogo e os exames para detectar pólvora nas mãos de torcedores corintianos presos em Oruro..

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