Eleição na Venezuela vai ocorrer em 14 de abril

Comissão eleitoral do país anunciou a data neste sábado e oposição já lançou candidatura de Henrique Capriles

CARACAS - A presidente do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Tibisay Lucena, anunciou que as novas eleições presidenciais serão realizadas no dia 14 de abril, data que extraoficialmente já era considerada desde hoje pela manhã, quando se iniciou a reunião do conselho em Caracas. As votações acontecerão 40 dias após a morte do presidente Hugo Chávez. Os partidos terão das 8h de amanhã até às 14h de segunda-feira para apresentar seus candidatos. E as campanhas eleitorais durarão dez dias: do dia 2 de abril ao dia 11.
- É fundamental reconhecer a relevância histórica do caminho que estamos por transitar e sua importância para a estabilidade e o fortalecimento de nossa democracia - afirmou Tibisay Lucena. - Com a convocação das eleições, os venezuelanos mostrarão ao mundo de que está feita nossa democracia.
Segundo ela, o país conta com uma robusta estrutura técnica, jurídica e logística para realizar o pleito e o processo contará com todas as auditorias e procedimentos que garantam a sua pureza e confiabilidade.
- Tivemos o cuidado extremo de incluir (no cronograma) todas as atividades que garantem o processo eleitoral - anunciou ela, acrescentando que pedirá à Unasul o envio de observadores para acompanhar a disputa. E enviou um recado à imprensa, a quem pediu para que as informações sobre o processo eleitoral não sejam distorcidas:
- Não é hora de ocupar o espaço dos partidos.
Maduro, um ex-líder sindical que serviu como ministro das Relações Exteriores e vice-presidente sob o comando de Chávez, prometeu manter a revolução viva. Ele vai enfrentar a oposição de Henrique Capriles, o governador do estado de Miranda estado que perdeu para Chávez em uma votação em outubro passado e que confirmou estar na disputa através do secretário-executivo da Mesa de Unidade Democrática (MUD), Ramón Guillermo Aveledo, também neste sábado. A MUD é a coalizão que reúne os partidos de oposição da Venezuela.
- Apresentaremos uma candidatura única - afirmou Ramón Guillermo Aveledo em uma declaração à imprensa, acrescentando que a disputa ocorre em condições de desigualdade. - A Mesa de Unidade Democrática não vai falhar com o país. As pesquisas de opinião têm mostrado Maduro como o provável vencedor, mas os adversários de Chávez querem a chance de acabar com o “chavismo” na cabine de votação.
No Twitter, Capriles agradeceu a proposta de ser o candidato da oposição mas até agora não confirmou que a aceitaria. "Estou analisando a declaração da presidente da CNE e nas próximas horas comunicarei ao país minha decisão", escreveu em sua conta na rede social.
— Queremos novas eleições agora. Queremos mudança. Estamos cansados ​​da era Chávez. Foram 14 anos — disse Yesenia Herrera, cozinheiro em um restaurante chinês em um bairro nobre de Caracas.
Maduro foi empossado como presidente interino no Congresso na sexta-feira e recebeu a faixa vermelha, amarela e azul presidencial.
— Eu perguntei (à autoridade eleitoral) para cumprir com as obrigações legais e constitucionais e imediatamente convocar eleições — disse Maduro.
O Supremo Tribunal Federal decidiu que Maduro não precisa renunciar ao cargo para fazer campanha, mas a iniciativa foi denunciada por adversários como uma violação da Constituição e uma "fraude".
Baseando-se em suas origens humildes e no discurso antiimperialista, Maduro deixou claro em seu primeiro discurso como presidente em exercício que manterá a linha radical que caracterizou suas mais de duas décadas de carreira política, e que defenderá a todo o projeto socialista que herdou de Chávez.
— As elites imperialistas que governam os Estados Unidos terão de aprender a viver com respeito absoluto aos povos da América do Sul, morena, latina e caribenha, que decidimos ser livres e ninguém vai tirar essa independência recuperada com o nosso comandante Hugo Chávez — disse Maduro.



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